Na Roça Itaussu, os toques de atabaque são mais do que música — são oração, são tradição, são força viva que ecoa a ancestralidade.
Essa arte sagrada alia musicalidade e religiosidade, guiando rituais, saudando os Orixás, Voduns e Inkices, e mantendo acesa a chama da memória africana em solo brasileiro. Cada toque carrega significados profundos, ritmos específicos e uma espiritualidade que se transmite de geração em geração.
Muitos jovens iniciaram sua jornada musical dentro dos terreiros, aprendendo os primeiros toques no chão batido das casas de axé. Com o tempo, levaram essa base ancestral para os palcos do samba, do pagode e de outras expressões populares, levando consigo o respeito, a técnica e a alma que o atabaque ensina.
Na Roça Itaussu, valorizamos essa conexão entre o sagrado e o cultural. O toque do atabaque é um chamado — não apenas aos Orixás, mas também à consciência sobre nossas raízes, sobre a importância do terreiro como espaço de formação artística, espiritual e social.
Tata Sérgio cresceu ao som dos atabaques e rezas dentro de um terreiro, onde a musicalidade é parte viva do culto, da tradição e da comunicação com o sagrado. Foi ali, desde cedo, que aprendeu os toques dos orixás, os ritmos que embalam os corpos em transe e reverência. Esse conhecimento, herdado na vivência e no axé, foi sendo lapidado ao longo dos anos — e hoje, Tata Sérgio é um dos responsáveis por ensinar percussão dentro da Roça Itaussu, transmitindo aos mais jovens aquilo que aprendeu com respeito e dedicação.
Além da vivência no terreiro, Tata Sérgio também leva sua musicalidade para outros palcos. É integrante de um grupo de samba de roda e pagode, onde mistura alegria, ancestralidade e técnica, transformando som em sustento. O que nasceu como aprendizado sagrado se tornou também profissão e forma de resistência cultural.
Tata Sérgio é exemplo de como a arte que nasce no chão da roça pode florescer em muitos caminhos — sem nunca perder a raiz.